A GASTRONOMIA PORTUGUESA, um dos pilares da matriz da cultura nacional, foi elevada há 25 anos a Bem Imaterial do Património Cultural de Portugal. Para comemorar este dia, a AHRESP promoveu, no dia 26 de julho, no Hotel Alísios, em Albufeira, o “Dia da Gastronomia – Património Cultural”.
Este ano, o foco esteve nos bivalves — amêijoas, berbigões, mexilhões — produtos identitários das comunidades piscatórias e da gastronomia portuguesa.
Carlos Moura, presidente da AHRESP, destacou o propósito maior da iniciativa: “A gastronomia é um fator de coesão territorial. Ela desperta o interesse por visitar o interior do país e ajuda a fixar populações, contrariando décadas de desertificação.” Sublinhou ainda o valor estratégico desta celebração: “Há 25 anos, a gastronomia portuguesa foi reconhecida como património cultural imaterial. Cabe-nos, enquanto representantes do tecido empresarial, dar corpo a essa distinção.”
O evento contou com debates, demonstrações culinárias e partilha de conhecimento científico, envolvendo desde mariscadores e empresários até investigadores e autoridades, como a ASAE ou o IPMA. “Conseguimos juntar várias valências: ciência, segurança alimentar, economia e tradição. Há bivalves portugueses que são exportados e valorizados lá fora, mas pouco conhecidos cá. Isso precisa mudar”, afirmou o presidente da AHRESP.
Na ocasião, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, reforçou o compromisso do Governo com a valorização da gastronomia como ativo estratégico. “Este dia celebra não só a diversidade dos nossos produtos e territórios, mas também a excelência da nossa hospitalidade. É por isso que estamos a trabalhar com a AHRESP na criação da Alta Escola da Gastronomia Portuguesa.”
Esta escola será um marco para consolidar a qualificação e a atratividade da gastronomia nacional, crê Pedro Machado: “Queremos transformar a excelência gastronómica em fator de competitividade e desenvolvimento económico.”
A edição deste ano, dedicada ao mar e aos sabores algarvios, reforçou a aposta na descentralização. Depois de Mafra e Sertã, a celebração rumou ao Sul, e o presidente da AHRESP já lançou o desafio para 2026: “Queremos levar esta comemoração ao Alentejo no próximo ano.”