REGIÃO DE LEIRIA | “Atualmente, se tivéssemos mais 50 mil trabalhadores, era bom”, afirma Carlos Moura

Abr 11, 2024

Em entrevista ao Região de Leiria, o presidente da AHRESP alertou para a escassez crónica de mão de obra no setor do Turismo, em especial nas empresas dos setores da restauração e similares e do alojamento turístico. “O país não estava preparado para este crescimento acelerado e não tinha profissionais suficientes, e continua a não ter, para corresponder à procura”, sublinha Carlos Moura

Carlos Moura não deixa margem para dúvidas sobre a dimensão do desafio: “Atualmente, se tivéssemos mais 50 mil trabalhadores, era bom”. A falta de mão de obra qualificada no turismo, nomeadamente nos setores representados pela AHRESP – restauração e similares e alojamento turístico  –, continua a ser uma das principais preocupações da associação.

A resposta, acredita, poderá vir de fora: “Há mercados que estão disponíveis para nos ajudar na migração, que têm gente preparada na origem, capacitada, quer para o housekeeping nos hotéis, quer para a restauração, mesa, bar e cozinha.”

Segundo Carlos Moura, a AHRESP tem vindo a manter contacto com países da América Latina, com culturas e línguas próximas da portuguesa, cujos representantes diplomáticos procuram ativamente a associação para compreender as necessidades sazonais de mão de obra qualificada.

O maior obstáculo, aponta, continua a ser burocrático: “Temos de resolver os problemas na emissão de vistos nos consulados”. Ainda assim, mostra-se otimista com os avanços recentes: “Foi assinado um protocolo com as confederações empresariais e o Governo. Vamos acreditar que sim, porque este é um problema sério.”

Outro tema abordado foi a valorização salarial. “Somos favoráveis ao aumento do salário mínimo, mas somos muito mais favoráveis ao aumento do salário médio”, afirma. A AHRESP tem defendido medidas de incentivo à valorização salarial, como a isenção de contribuições para a Segurança Social sobre o valor acrescido: “O esforço deve ser das empresas, mas também da Segurança Social.”

Carlos Moura conclui com um apelo à ação: é urgente agir para garantir a competitividade e a sustentabilidade do turismo português.

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