Congresso AHRESP | Sessão Paralela 6: Como otimizar a gestão do seu negócio?

Out 24, 2022

Num cenário económico minado de incerteza, que coloca as empresas do canal HORECA numa situação muito desafiante, como otimizar a gestão do negócio? Maior rigor contabilístico, medidas de combate à escassez de trabalhadores e qualificação da gestão são alguns dos fatores discutidos neste painel

Veja AQUI a sessão Como otimizar a gestão do seu negócio?

E a entrevista a João Vieira Lopes, Presidente da CCP – Confederação de Comércio e Serviços de Portugal AQUI

Os negócios das atividades económicas do ecossistema do turismo enfrentam grandes desafios, não só pela competitividade existente entre as empresas do setor e dos destinos turísticos, como pela mudança das necessidades da procura nacional e internacional. Colocam-se agora desafios adicionais com o ciclo inflacionista agravado pelas taxas de juro, que retira poder de compra às famílias e a uma efetiva redução do consumo junto do canal HORECA. O esmagamento das margens de lucro resultante dos aumentos dos custos energéticos e dos bens alimentares, também têm aqui um peso muito forte.

Com este cenário, como é que as empresas podem otimizar a gestão do seu negócio? Na sessão plenária foram debatidos alguns rumos como o maior rigor contabilístico, medidas de combate à escassez de trabalhadores e qualificação, não só da mão de obra, mas também da gestão das empresas.

“O universo nacional das empresas, em particular as da restauração em particular, é composto essencialmente por micro, pequenas, médias empresas: como empresários temos que assumir claramente que uma das dificuldades que todos nós temos tem a ver com a falta de qualidade da gestão de muitas dessas empresas. A questão da produtividade passa pela qualificação da mão de obra, mas também passa pela qualificação da gestão”

João Vieira Lopes | Presidente da CCP – Confederação do Comércio e Serviços de Portugal

“É preciso fazer uma gestão muito integrada. Não chega tomar medidas pontuais. Primeira nota: trabalhar na receita é conhecer os nossos clientes e adaptarmos a nossa proposta de valor aos nossos clientes e ao nosso mercado. Segunda nota: Fazer um controlo muito apertado dos nossos custos, fazer revisões mais regulares das relações com os nossos fornecedores. O tema dos custos passa a ser muito mais relevante. Terceira nota: temos de trabalhar ao nível da eficiência da operação”

Miguel Eiras Antunes | Partner, Deloitte

“É razoável criarmos um cenário macroeconómico para 2023, com um valor central próximo do apresentado pelo governo de 1,3% (uma desaceleração da economia portuguesa em 2023, com um crescimento real de 1,3% face ao crescimento estimado de 6,5% para 2022). A questão é que ao contrário de outros anos, imaginamos que há vários cenários possíveis, sendo que o central tem uma probabilidade menos elevada de acontecer: assim, neste momento, é avisado trabalhar com cenários em que não sendo o central, o pior cenário tem maior probabilidade de acontecer, porque estamos em cima de uma quantidade muito grande de eventos que podem mudar tudo”

João Duque | Professor Catedrático, Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa

“Estamos perante uma realidade muito preocupante. O nosso principal e mais grave problema é a escassez de mão de obra: num estudo de 2007, havia 1.8000.000 pessoas disponíveis para trabalhar na restauração; fizemos o mesmo estudo em 2022 e existem apenas 1 milhão de pessoas disponíveis para trabalhar neste setor. Houve uma redução significativa em 15 anos e há aqui outro fenómeno que é o crescimento brutal da oferta de emprego dentro deste setor, o que ainda agrava mais o cenário”

João Ventura | CEO Grupo H3 Portugal

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